“Não faças isso, vai e é já, ontem já era tarde”.
Isto é o que me dá sempre vontade de dizer quando alguém me diz que primeiro vai viajar pelo Mundo,e que só depois quando já tiver mais idade, vai conhecer os Açores que são aqui tão perto.
Se o paraíso na Terra existe porque não ir conhecê-lo já?
Acredita que não te vais arrepender se hoje pegares na mochila e fores conhecer a ilha do Corvo e, principalmente, se fores fazer o trilho do Caldeirão. Será um dia que vai ficar na memória para sempre, acredita.
Para quem gosta de caminhar na Natureza, este é aquele lugar mais que perfeito.
E como diz a canção não deixes para amanhã o que podes fazer hoje.
Sugiro que chegues à ilha do Corvo de barco. A travessia da ilha das Flores para a ilha do Corvo é uma experiencia encantadora , normalmente, e se tudo correr bem , há uma grande probabilidade dos golfinhos te irem cumprimentar nesta tua travessia.
Se tiveres vários dias por estas duas ilhas, e a tua base for a ilha das Flores, agenda a ida à ilha do Corvo, num dia sem nuvens e avalia as condições do mar, a travessia tem normalmente a duração de uma hora.
O percurso do Caldeirão do Corvo tem o seu inicio no miradouro do Caldeirão. É um percurso muito acessível, com cerca de 5 km ,e faz-se em aproximadamente duas horas e meia.
Mas a verdade é que acho que nunca demorei menos do que quatro horas com os meus grupos.
Porquê?
Eu explico-te porquê.
Se em principio só lá vais uma vez na vida porquê a pressa?
Para começar, antes de seguires o trilho, não há nada como te sentares ali uns bons minutos no miradouro e apreciar aquela caldeira.
As lagoas ali formadas fazem-nos pensar que entramos num lugar encantado e de fantasia. Estas lagoas são alimentadas por águas da chuva, águas essas que ficam acumuladas nos musgões e que depois escorrem para as lagoas.
Nestas lagoas a existência de várias pequenas ilhas fazem-nos lembrar como se tivéssemos a olhar para um mapa e ver o arquipélago dos Açores.
E o contraste das cores?
Os diferentes tons de verde que existem devido umas zonas mais húmidas que outras e que contrastam com os cinzentos dos muros que dividem os terrenos, ou em altura de hortenses, com os azuis turquesa das flores.
Não há igual.
Continuo a dizer: vai sem pressa. Há duas experiências que são “obrigatórias” fazeres na cratera do Corvo:
– deitar-te no chão e ver as nuvens a passar.
Jogar aquele jogo, que fazíamos quando éramos miúdos, olhar para as nuvens deitados no chão e ver com o que se pareciam as nuvens que passavam no céu.
Nunca jogas-te? Então agora é o momento.
– Outra coisa que não podes deixar de fazer caso tenhas oportunidade é ver o por do sol no miradouro, não há pôr do sol igual , acredita.
Apesar de toda esta beleza tem alturas do ano que ali o tempo é inserto por isso não deixes de ir preparado e prevenido para essa situação.
Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje. Não percas a oportunidade de conheceres um local como este tão único e especial que nem as palavras nem a melhor fotografia faz jus a tamanha beleza.
Espero que, nestas poucas linhas, te tenha encorajado a conhecer a ilha do Corvo e este lugar único.
Se precisares de ajuda estamos por cá, ou se quiseres um dia ir connosco, fica o convite.
Não te esqueças que se ficas em casa só vês não sentes. Viver é sentir.
( 📷 fotos e Filme Rui Roque)