Bom dia Amélia,
Como estás? Que tal o teu fim de semana?! Caramba, eu sei que desta vez tu não foste e estás mais folgadinha, mas devias deixar-me dormir pá!
Ok ok, para que eu conto-te como foi!
Sim, sim… toda a gente perguntou por ti. Não faças isso com os faróis, já combinamos agora só viagens pequenas, para as grandes vão as estagiárias. Não é porque tu não estejas boa Amélia, mas está na hora de te reformares e ires conhecer o Mundo, mas aos poucos.
Então vá agora vou-te contar.
Primeiro fomos até Ourense. Sabes, ainda vimos festejar o dia de Portugal por ruas galegas! Também não é para estranhar, porque somos Portugal e apesar de pequeninos no tamanho, somos de uma grandeza enorme.
Chegamos à hora em que os restaurantes estavam a fechar, mas o que não faltou este fim de semana foi oportunidade para umas “cañas, tapas y pulpo”.
Quando saímos de Ouresse, já ninguém os parava!
Já pairava aquela nuvem Aventura X sobre o grupo, aquela nuvem de boa disposição, um grupo dez estrelas e tudo cheio de vontade de passar quatro dias únicos e com muita gargalhada à mistura.
E ambos sabemos Amélia, só assim faz sentido.
Depois de um dia de viagem era tempo de carregar baterias. Nada como jantar numa bela taberna Galega.
Foi tão bom, e com tanta boa disposição que acho que contagiámos todos os “nuestros hermanos” que estavam à nossa volta!
No segundo dia fomos fazer o trilho do Canhão do Sil. E que trilho, Amélia!
É daqueles que te cortam a respiração, com as escarpas altas que fazem sombra ao rio, um rio que parece uma cobra gingante a rastejar em direção à toca.
De um lado, as vinhas em socalcos, do outro, as escarpas rochosas e brutas que nos transportam para milhões de anos atrás.
Também com dezenas ou centenas de anos, fomos acompanhados pelos os castanheiros e os sobreiros que nos fazem sombra ao longo do trilho.
E aqueles miradouros que ficam por cima do rio? Amélia, ouve o que te digo, é como se te ligasse o ar condicionado na Antárctida. São de cortar a respiração.
Tão bom como o trilho, foi o final na Casa do Sr Pepe, um galego típico, que faz lembrar o Chanquete da série do ” Verão Azul”.
Ele acolheu-nos numa mercearia gigante que também é café, restaurante e a sua casa, e o lanche que ele fez?!…
Sabes o que te digo Amélia, tenho a certeza que um dia vou voltar a visitar o Sr. Pepe.
Ao terceiro dia fizemos novamente a mochila e lá fomos nós mesmo até lá acima, à pontinha.
Não Amélia, não fomos à Lua mas fomos às nuvens, isto porque as estradas estavam fechadas devido ao nevoeiro que se fazia sentir. Não se via mesmo nada e isso até levou os nossos amigos durante uns minutos a desanimar. Tudo não passou de um susto. Depois de vencermos o nevoeiro, lá estava ela: a Praia das Catedrais.
Aquela praia só se consegue visitar quando a maré está baixa, mas acredita que vale a pena esperar pela maré baixa.
Caminhar na areia molhada, por baixo de arcos que ficam debaixo de outros arcos, entre colunas e abóbadas, tudo isto “construído “ não pelo homem mas pela natureza.
Sabes que te digo, em cada recanto desta praia parece que existem inúmeros portais do tempo e sempre que passas um arco, entras numa dimensão diferente em que não sabes se a viagem te vai levar para o futuro ou regressar ao passado.
Praia das Catedrais um local para regressar!
Mas como a maré ia subir, seguimos viagem.
Seguimos até à terra onde os eucaliptos têm mais de sessenta metros de altura e nem quatro pessoas de mãos dadas e a fazer um círculo, os conseguem abraçar.
E a sua altura? São tão grandes, tão grandes que me fazem duvidar se a história do pé de feijão não foi alterada. Não te rias, Amélia.
Eu acredito que o gingante usava estes eucaliptos quando o pé de feijão estava com trafego de subidas e descidas no caminho das nuvens.
Depois de umas bolachinhas da Artelachas, uma boa Ginja e um bolo da Madeira, fomos até Santiago de Compostela.
Santiago tem sempre uma atmosfera única, parece que toda a gente se conhece, que veio pelo mesmo, é daqueles sítios em que sentes que as pessoas estão sempre alegres, isto provavelmente porque está sempre cheia de gente que chega a pé e feliz por ter conseguido cumprir o seu objectivo, seja ele qual for.
Mas o que sinto em Santiago é que há uma união, e até uma cumplicidade, entre quem chega do seu caminho e a forma de estar do povo Galego. Desta vez até tivemos o prazer de um grupo de uma antiga tuna nos cantar o fado de Coimbra quando perceberam que eramos Portugueses. Mais uma vez é caso para dizer, foi um momento Aventura X, um momento único.
Após uma noite bem dormida, chegou a hora de voltar mas antes desse momento, ainda havia dois locais para visitar.
O primeiro corta sempre a respiração. Finisterra. Sim eu sei, o nosso Cabo da Roca fica mais à ponta mas ali também não se fica indiferente.
Tem sempre associada a mística do Km 0,00, e tudo à sua volta nos transporta para um imaginário de capitão Jack Sparrow, de guerras entre barcos piratas e conquistas de territórios.
E ver aqueles que chegam de mochila às costas de França, de Portugal, de Espanha, e outros de uma ponta qualquer do Mundo, faz nos sentir a cada instante que amanhã será sempre dia de voltar a fazer a mochila e ir!
Ainda antes de regressar a Lisboa fomos conhecer a cascata de Ézaro, subir ao miradouro e ver aquele contraste de cores.
Os diferentes tons de azul e verde, os contrastes entre os laranjas e amarelo e os castanhos, isto tudo numa “tela “ natural em que se ouve o barulho da água .
Amélia, não fiques assim, ambos sabemos que não podias ir, mas que estarás sempre presente e que eu irei sempre contar-te estas nossas histórias.
Se quem foi connosco gostou?!
Isso agora quando te cruzares com eles vais ter de lhes perguntar!
#momentosaventurax #momentosqueficam #timetogo #aventurax #loveportugallikeus #portugaloutside
Foi um fim de semana 5*. Só faltaste mesmo tu Amélia (e um pouquito mais de sol).
E para quando a próxima?
Laurinda , voltaremos à Galiza para realizar uma segunda edição desta aventura em 2018, mas ainda sem data definida.
Nadar em águas santas, dentro duma catedral foi uma experiencia única. Qual será a próxima aventura X?!